Deparo-me com uma questão que não sei responder.
Melhor não é questão, nem dúvida, é um estado de espírito, certamente motivado, pelo facto de estar Só já há muito tempo, e de não deixar que ninguém se aproxime.
Por estar Só, não quer dizer que não tenha sonhado, não tenha imaginado, mil e quinhentas coisas, sempre pensei no futuro, e nesse futuro, claro que não estaria sozinho, estaria com alguém de quem gostarei, que me fará sentir bem. Sim porque ao longo deste tempo eu nunca deixei de saber o que é amar, o que é estar apaixonado. Mas agora deparo-me com uma grande dúvida, questão, estado de espírito, sei lá o que hei-de chamar...
Sim eu não esqueci o que é amar, o que é estar apaixonado, porque sempre o continuei a sonhar, a imaginar, a ler sobre ele. Mas este conhecimento todo que possuo neste momento é apenas teórico, ou seja, a minha dúvida é precisamente o que é que se sente, qual o estado de espírito em que nós ficamos, como sabemos que gostamos ou não de alguém.
Neste momento devem estar não sei quantas mil pessoas a dizer que sou doido, só posso estar doido, como é que alguém que sabe o que é uma coisa, não sabe qual o estado em que fica devido a essa coisa.?
Só posso estar doido.
Mas é que esta minha dúvida, têm uma razão de ser, é que eu nunca consegui apaixonar-me "normalmente" (se é que tal existe) eu sempre tive paixões estranhas e quase sempre condenadas desde o início, ou seja, para uma cabeça racional (e a minha cada vez mais o é) via-se logo que a relação á partida não tinha futuro. Mas mesmo assim eu atirava-me de cabeça e fazia loucuras em nome de algo maior a que uns e outros chamam de amor.
Mas neste momento, devido à minha racionalidade cada vez mais controladora, não consigo perceber, saber como é que uma pessoa se sente de facto, apaixonada, enamorada.
Ou seja, a ver se me consigo fazer entender (a mim próprio).
Tive em tempos idos, paixões amores desamores, todos eles soube identificar, em todos cometi loucuras.
Agora no tempo presente, e em que já estou Só há algum tempo, dou conta, que eu sabia que andava apaixonado, quando começava a cometer loucuras, a fazer coisas que racionalmente nunca as fazia. Mas agora devido a um racional mais presente, não me permito fazer loucuras, ou seja não conseguirei saber se estou apaixonado ou não. E também como já não sei como me sentia quando andava apaixonado, tirando as loucuras, não consigo dizer saber o que é estar apaixonado.
Ok, agora vêm uns tantos dizer-me, quando te apaixonares vais saber o que é.
E eu respondo, bonito de se dizer também já o disse muitas vezes, mas há uma questão que me advém devido ao conhecimento que tenho do amor.
Sei, penso que sei, que o amor muitas vezes nasce e cresce; para tal acontecer, se ele nasce e cresce é sinal que no inicio é pequeno, e vai-se desenvolvendo ao longo do tempo, logo se ele é pequeno no inicio como posso Eu saber identificar o dito cujo, uma vez que já não sei como é que uma pessoa se sente quando está enamorada, (a frase, não penso em ti quando apanho o autocarro faz-me algum sentido agora), não o sei/sinto, e a minha racionalidade não me deixa sentir. E eu continuo sempre com a mesma dúvida que é, como posso eu saber o que é que sentimos quando estamos apaixonados? Porque eu não sei o que é estar apaixonado, e as coisas irem crescendo lentamente, ou seja eu não sei o que é começar de pequeno e ir crescendo.
Porque no passado, de todos os amores que marcaram (foram 2, um sucedido outro não) eu fui abalroado por camião TIR em que atrás vinha toda a frota naval dos EUA, ou seja foi coisa em grande, e depois fiz loucuras a dizer chega.
Ou seja tirando estes dois amores e os outros de adolescência em que pouco se aprende, aprende-se sobre nós. Não sei o que é começar devagar, não sei cuidar da flor, já que tantas vezes o amor é comparado a uma flor, eu sempre, só dei conta que ele já era árvore, feita e crescida.
Por isso neste momento a minha dúvida existencial é essa mesma.
Como posso eu identificar, saber o que é estar apaixonado.
(Não vale a pena dizer, que só pelo facto de escreveres esse texto é sinal que estás, porque eu sei que quem escreve este texto é o racional e não o emocional.)
E porque raio é esta minha dúvida tão importante neste momento....
E eu respondo a mim mesmo, em parte já foi dito; cansaço de estar Só e depois devido ao medo, medo de no meio desta solidão já ter perdido as oportunidades que só aparecem uma vez na vida, devido ao simples facto de já não saber reconhecer o amor.